sexta-feira, julho 20, 2007

Marco Aurélio Garcia: Voltei das Férias só por causa dele

Quem ainda não viu pode acessar o link abaixo para sentir o escárnio e a obscenidade com que o governo Lula trata as questões mais importantes do país.

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM703872-7823-O+LADO+POLITICO+DE+UM+ACIDENTE,00.html

Sempre que penso ter visto e escutado tudo o que a medíocridade, a canalhice e a bandidagem política de Lula e seu bando pudessem produzir, continuo a me surpreender com a corja repugnante que ocupa o Palácio do Planalto. Jamais escrevi algo tão direto e tão cheio de asco como este post, mas desta vez a combinação da obscenidade do assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia (vejam o link), a falsidade e hipocrisia do pronunciamento de Lula e a indecorosa condecoração de Diretores da ANAC pelos "serviços prestados ao setor aéreo", gerou em meu espírito um dos maiores escárnios que já senti.

Todos os limites foram ultrapassados há muito tempo, entretanto, esta seqüência de obscenidades políticas demonstrou que o fator "opinião pública" já não mais é fruto de reflexões das principais figuras políticas do país. Se ainda fosse, o Comandante da Aeronáutica, o incompetente e inoperante Juniti Saito jamais teria permitido a realização do evento de condecoração dos membros da ANAC. Se a opinião pública fosse elemento considerado importante como cálculo político, a Ministra Chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, jamais inventaria aquela balela de que não diria onde seria construído o novo aeroporto para evitar especulação imobiliária, pela simples razão de que ela NÃO SABE onde será realizada a tal obra. Ela simplesmente NÃO SABE! Esta obra é um remendo, assim como tudo o que o governo Lula faz, exceto aquilo que ele copia. Me lembrei vivamente da entrevista coletiva tumultuada que a ex-Ministra da Fazenda do governo Collor deu em março de 1989 quando tentava explicar o inexplicável: o confisco da caderneta de poupança de milhões de brasileiros.

As "medidas" do governo para a crise aérea poderiam ter sido tomadas há muito mais tempo, a obra do suposto novo aeroporto é mais um daqueles truques fajutos que ocupam as redes de televisão todos os dias: propagandear o que não existe. O PAC não existia e já era vendido como apanágio para os males do país, as propagandas de TV do governo federal invariavelmente sempre são feitas com termos no futuro, nunca no passado. O "governo fará", "serão investidos", "com o início do programa tal", "o país ganhará 150 escolas técnicas" e por aí vai. Não interessa se o Programa não der certo ou se os recursos a ele destinados forem desviados pela máquina corrupta ainda em operação, pois a mensagem já foi transmitida e os ingênuos um dia a repetirão, mesmo que seu efeito prático seja nulo.

Marco Aurélio Garcia, o homem que defende Hugo Cháves, ultrapassou todos os limites. Ele tem que cair! Todos os Diretores da ANAC têm que cair! O Presidente da Infraero tem que cair. O Comandante da Aeronáutica tem que cair. Toda a cúpula política responsável pela aviação do país tem que cair!!!

A obscenidade dos gestos do assessor especial da Presidência da República representa mais um tapa na cara dos cidadãos brasileiros. Ele está comemorando algo que não é possível comemorar, em nenhuma circunstância, em nenhum lugar.

Os Nojentos

Fonte: Portal da Revista Veja.
Blog de Reinaldo Azevedo.

"Asquerosa!
Deprimente!
Revoltante!
Vagabunda!
Delinqüente!

A que outras palavras se pode recorrer para definir os gestos despudorados do velho Marco Aurélio Garcia (publico acima, de novo, o vídeo), assessor especial de Lula, e do ainda jovem Bruno Gaspar, assessor de Imprensa? Vejam aí: a maturidade não faz o decoro. Num, a idade foi acrescentando tolice, fatuidade, arrogância. No outro, a falta dela confere jactância, fanfarrice, prepotência. E o velho, ali, era o retrato bem-sucedido do moço. Marco Aurélio é Bruno quando maduro. Bruno é Marco Aurélio quando jovem. Essa gente é uma espécie.

O Brasil ainda chora quase 200 vítimas; enlutadas, as famílias anseiam, ao menos, pelos despojos de seus mortos, para que possam concluir suas respectivas tragédias, já que aqueles a quem amavam lhes foram arrancados, surrupiados, seqüestrados por um governo incompetente; que, quando não é só incompetente, consegue ser pior porque incompetente e corrupto. Corrupção e incompetência fartamente documentadas justamente na Infraero, especialmente na reforma do Aeroporto de Congonhas, mortalha de inocentes; picadeiros de palhaços da morte; valhacouto de assassinos.

O que tanto comemoravam aquelas duas tristes figuras? Quem Marco Aurélio achava que estava f_ _ _ _ _o? Quem estava sendo violado pelo sr. Bruno Gaspar? Quais eram seus inimigos imaginários que estavam ali sendo subjugados em seu festim patético? Por que tripudiavam, eufóricos, sobre 200 mortos, sobre histórias interrompidas, sobre famílias moralmente destruídas, que, a esta altura, não têm de seu nem os corpos para enterrar, carbonizados que foram na pira da incúria, da loucura, da irresponsabilidade, da prevaricação? Por que festejam estes vândalos? Qual foi a grande vitória que obtiveram? Quem o assessorzinho chama de “filho da puta”?

A resposta é simples e chegou a este blog na pena dos acólitos, da Al Qaeda eletrônica, dos esbirros menores da ditadura da corrupção, da incompetência e da vulgaridade. Para estas alimárias, a matéria de William Bonner, no Jornal Nacional, provando que a aeronave estava com um dos reversores desativado (e que enfrentara problema no dia anterior ao do acidente) livrava o governo de qualquer responsabilidade. Mais uma vez, a “mídia”, inimiga eterna de ditadores e, por que não?, dos petistas, seria, então, acusada de conspiração. Como se a informação não tivesse sido tornada pública pela própria mídia que se procurava execrar, ferrar, violar, subjugar, submeter, humilhar.

Feios! Sujos! Malvados!

Só que não prova nada! O reversor desativado lhes saiu pela culatra. Todos os técnicos, incluindo a voz oficial da Aeronáutica, sustentam que, em pista adequada, é perfeitamente possível aterrissar sem o reversor — de fato, sem os dois reversores. Ele pode ajudar a diminuir a velocidade de um avião, mas, deixam claríssimos os especialistas, naquela situação vivida pelo AirBus, teria sido inútil. Sabem o que isso significa? Que a hipótese de problema na pista, em vez de ter diminuído, aumentou. A reportagem do Jornal Nacional, não obstante, é muito importante: em sua entrevista coletiva, Marco Antonio Blogna, presidente da TAM, omitira tal dado. Disse que a aeronave estava em perfeitas condições. Poderiam até ser adequadas, mas perfeitas não eram. Também omitiu que a mesma aeronave quase saíra na pista no dia anterior ao acidente. A relação Infraero-empresas-Anac, vai ficando evidente a cada dia, não pode ser mais obscura, confusa, estranha. Sargento Garcia e o Tonto vibraram inutilmente.

Vocês leram; os posts estão nos arquivos. Desde a primeira hora do acidente, apontei a responsabilidade do governo, seja lá qual for a causa desta tragédia em particular. Tanto é, que Lula vai hoje à TV anunciar medidas. Os três órgãos que cuidam do setor são subordinados ao Executivo: Infraero, Anac e Ministério da Aeronáutica. Lembrem-se: quase uma hora depois do acidente, não se sabia que avião ardia em chamas, não se sabia o nº do vôo, não se sabia nada. Trata-se do maior acidente aéreo no mundo em cinco anos. Na história da aviação, é a primeira vez que um país registra dois casos tão graves em prazo tão curto: 10 meses. Não! Ocorre que este governo não suporta cobranças. Como fica claro num vídeo que postei ontem, Lula ainda espera que lhe sejamos gratos por cumprir tão mal as suas obrigações.

Desde o primeiro post sobre o caso, a Al Qaeda eletrônica tenta se infiltrar aqui. A acusação estúpida, maledicente, que segue o velho princípio de acusar os adversários dos vícios que “eles” têm, é que eu estaria contente com a tragédia. A cobrança política que fiz foi tachada de exploração da dor alheia; foi chamada de insensível. O lema passou a ser, então: “Vamos parar de politizar o acidente”. Revejam o vídeo de Marco Aurélio e de Bruno Gaspar. Agora respondam: quem, de fato, explora a tragédia? Quem se ocupa unicamente de sua dimensão política? Quem, com efeito, está mais preocupado com a imagem do governo do que com a dor das famílias dos mortos?

Marco Aurélio, o Dom Giovanni da ditadura do proletariado, e seu Leporello pegador, de crachá e camisa amarrotada, são mais indecorosos pelo que pensam do que pelos gestos obscenos que fazem. São o retrato de um governo mais interessado em achar uma desculpa do que uma resposta; mais interessado em se safar do juízo da opinião pública do que em resolver um problema. E poderia ser diferente? Garcia é um dos artífices de nossa política externa; foi o homem enviado por Lula à Venezuela, logo nos primeiros dias de seu primeiro mandato, para atestar a “democracia até em excesso” de Hugo Chávez. É o pensador por trás da aproximação de Lula com as ditaduras islâmicas. É, não custa lembrar, co-fundador, com o Apedeuta, do Foro de São Paulo, um ajuntamento de partidos e grupos de esquerda da América Latina em que as narcoguilheiras Farc têm assento. Presidiu o PT durante a crise do dossiê e foi um dos formuladores da tese de que se tratava, vejam só, de uma tentativa de golpe de Estado.

Tremores e desculpa
Marco Aurélio resolveu dar uma pequena entrevista se explicando, com seus óculos redondinhos, como a anunciar que atrás daquelas lentes mora um intelectual refinado. Nós vimos. Classificou as imagens de “clandestinas” e disse que, em público, não se comportaria daquela maneira. Falo já disso. Clandestinas? Ele estava no Palácio do Planalto, na sede do Poder Executivo. Talvez ignore, mas aquele é um espaço público, e ele podia ser visto próximo à janela. Ninguém invadiu a sua casa para flagrá-lo na intimidade. Muito ao contrário. O que ele esperava? Que o cinegrafista, vendo-o ali, desligasse por pudor a câmera? Talvez sim. Os indecorosos sempre esperam que os decorosos se intimidem. Contam com isso.

Mas estupenda e reveladora é sua afirmação de que jamais faria aquilo em público. Ora, todos sabemos, não é? A frase é um emblema. Existe o petismo público e existe o petismo de corredor; existe o petismo para a massa de néscios, e existe o petismo para os escolhidos; existe o petismo oficial, e existe o petismo não-contabilizado, paralelo, caixa dois. Estamos falando, afinal, desde sempre, de um esquerdista para quem, por definição, a moral está a serviço de um projeto. E, na trajetória da esquerda, nunca importou quantos poderiam ou precisariam morrer para que esse projeto se realizasse.

“A nossa moral e a deles”
Marco Aurélio não vem da banda do PT stalinista. Vem do trotskismo — e ele não se curou: ficou mais doente. Porque agora aderiu também à vida pançuda da burocracia estatal. Trotsky é autor de um célebre texto em que fala da “nossa moral [dos socialistas] e da deles [dos burgueses]” Saibam, leitores: tudo aquilo que reconhecemos como escrúpulo, decência, limite, individualidade, respeito ao outro, tudo isso não passa da moral burguesa, a ser descartada liminarmente em nome de uma outra moral, uma doutrina aberta que, supostamente, vai-se construindo na história, mas que, de fato, atende exclusivamente aos interesses do partido encarregado da revolução. No caso, a revolução possível: essa porcaria que o PT vem fazendo.

Para realizar seus objetivos, temos outros exemplos, essa gente já demonstrou não ter limites e não se intimidar jamais. Nas suas explicações, ao ajeitar os seus óculos redondinhos, Marco Aurélio tremia feito uma gelatina. Era alguém acostumado, como se viu, a gestos bastante eloqüentes nos bastidores obrigando-se a fingir uma civilidade que, com efeito, não tem. Pelo menos, vá lá, é um medalhão do partido. E aquele outro coitado? E o Robin ideológico do Batman pançudo do socialismo?

Acusam seus adversários daquilo que eles próprios fazem. Não! Eu não celebrei a morte de ninguém. Lamentei. Lamentei todas elas e uma em particular, a do deputado Julio Redecker (PSDB-RS), e já expus aqui os motivos. Ah, eles sim. Eles tentaram comemorar o que seria a vitória sobre os adversários. Na entrevista, Marco Aurélio teve o mau gosto adicional de citar os mortos, que seriam a causa original de sua indignação. Conversa! Ele julgou, junto com o seu “Menino Prodígio” rompedor, que a fatura estava liquidada. Para ele, Lula havia ganhado mais essa. Para ele, Lula havia derrotado os 200 mortos.

Mas não derrotou. Eles lhe pesam sobre os ombros, junto com os 154 do avião da Gol. Hoje o demiurgo fala. Embora “não tenha nada com isso”, vai anunciar medidas. Se não der um pé no traseiro do Batman Gorducho e do Robin matusquela, estará repetindo ele próprio o gesto de seus subordinados. E, aí, para todo o povo brasileiro. Nunca uma gente tão baixa chegou tão alto. E, por isso, morremos assim: esturricados na fogueira de sua incompetência.

E saibam: eles sempre podem ir um pouco mais longe."

domingo, julho 15, 2007

Todas os Minhas Crianças em Mim

Esta será a última mensagem antes das minhas férias e das férias deste blog.
Preciso mudá-lo um pouco, a começar pelo nome e pretendo dinamizá-lo de alguma forma, mas ainda não sei como. Terei que pensar. E é este o problema: pensar. Não sei quem disse isso, me desculpem, mas a frase é muito boa: todo conhecimento adquirido é um novo fardo que se carrega. Sempre pensei o contrário, pois para mim, todo novo conhecimento era (ou é) uma gota de liberdade que se bebe. Mas nesta tarde reuni quatro crianças em minha casa para assistir ao jogo do Brasil com a... com a... nem me lembro qual era o nome do time de azul que corria abestalhado pelo campo. Mas, enfim, o fato é que havia convidado meu afilhado para assistir a partida em casa. Depois convidei seu irmão, meu outro sobrinho. A prima deles estava na cidade e então pensei que onde vão dois, também vão três. Bem, horas depois, com a ajuda deste raciocínio, olhei para o retrovisor e no banco dos passageiros quatro crianças faziam uma algazarra sem fim. Então lá estava eu com aquele monte de crianças a me oferecer as mais belas lições que só eles poderiam me dar. Tenho passado por um período cheio de cansaço. Físico, intelectual e moral.
E nesta lide com o desgaste, muitas respostas a oferecer a mim mesmo. Como não consigo resolver diversas questões pendentes, pensei que pudesse observar, nas crianças, como elas lidam com suas decisões. Outro dia dois deles ligaram para a avó, minha mãe, que possui um restaurante em Ribeirão Preto, e pediram uma reserva de mesa. Sim, o menino de 7 anos e a menina de 8 anos queriam jantar sozinhos. Questionados porque queriam jantar em uma mesa só deles, Lucca respondeu que tinha algo "muuuuiiito importante" para falar para a Beatriz, sua prima. Então a avó respondeu: Lucca, consegui reservar a mesa 11. Mas Nonó, 11!!! Eu queria ficar só eu e a Bibi!!! Calma Lucca, eu disse a mesa 11 e não 11 pessoas!
Desfeita a confusão, no horário marcado lá estava o lindo casal de primos. Eles sentaram-se à mesa e logo sacaram vários papéis e lápis de cor de todos os tipos. E assim passaram a noite, batendo papo e desenhando. Era, enfim, isso o que queriam, um lugar confortável para desenhar. Simples: tenho vontade de fazer algo, do meu jeito, na minha hora e com quem eu desejo e então eu simplesmente faço, sem me importar se estou ou não ocupando a vaga de alguem, fazendo a fila esperar ou se ao final pagarei a conta ou não.
Nesta tarde, as lições continuaram. Gosto de deixá-los "se virar". Então, fingindo que não vejo, divido as tarefas e enquanto faço uma coisa, como por exemplo, ficar na fila para comprar os ingressos do cinema (Ratattouille merece um post à parte!!!), deixo que eles se organizem na fila da pipoca! E lá vão eles, pequeninos e corajosos, enfrentar aquele balcão enorme e a responsabilidade de dividir o dinheiro, escolher as guloseimas, comprar as bugigangas e voltar com o troco bem contado. Fiquei de longe observando como se organizam e assim eu fiz na livraria, na lanchonete, no cinema e em toda essa tarde. Reparei que suas decisões são simples, rápidas e determinadas. Não há um minuto sequer de uma dúvida pairando no ar, nem tampouco uma sombra de arrependimento sobre a decisão tomada. Simplesmente decidem e executam. Pensei que talvez, na idade deles, eu também pudesse agir assim e evidentemente também fiquei buscando, assombrado, em que momento da minha vida eu deixei esta simplicidade de lado para inventar a complexidade e a dúvida. Penso que foi quando as formalidades surgiram, quando as convenções sociais me foram impostas, os códigos de conduta determinados e, finalmente, quando chegou a hora de exercer meu "papel": vai Renato! Ser gauche na vida! E aqui estou eu: torto, incrédulo, dadivoso, dividido, inexpugnável, receoso, "enduvidado".
Quiçá um dia as crianças que me habitam possam gritar dentro de mim e transformar a inquietante dúvida, na plenitude da certeza. O complicado em simplicidade. Enquanto este dia não chega, continuarei pensando e aguardando uma mesa para ser minha.