quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Chavez venceu mais uma contra o Imperialismo Americano!

Agora a “ditadura eleitoral” (esta nova modalidade), tem o caminho aberto para transformar a Venezuela definitivamente na mais nova ditadura da América Latina. Hugo Chavez, tornado elegível por tempo indeterminado, destruiu um dos elementos mais fundamentais das democracias: a alternância de poder.

O líder da Venezuela foi beneficiado pelo uso das reservas econômicas nacionais, as quais permitiram ao governo manter a estratégia de investimento nos programas sociais, fazendo com que a população não sentisse os efeitos da forte queda dos preços do barril do petróleo, principal fonte econômica do país. Além disso, utilizou todos os meios escusos para combater os partidários do “Não”.

Chavez imagina (e isso de fato deve ocorrer) que os preços do barril irão subir a patamares que ofereçam condições para a manutenção política da chamada revolução bolivariana e isso certamente lhe garantirá muitos e muitos anos no poder.

É estranho presenciar esses momentos históricos em que países fazem escolhas que jamais deram certo em qualquer lugar do mundo. Foi assim com outros países como a Coréia do Norte, o Zimbabue e esta sendo assim com o Equador, a Bolívia e a Venezuela.

Quando estive no ano passado no Equador discuti com uma família de classe média sobre as razões que faziam com que todos apoiassem a reforma constitucional de Rafael Correa, o aprendiz de ditador. Eles diziam que Correa havia feito mudanças radicais na sociedade e que seu poder concentrado não era visto com preocupação, pois as pessoas queriam melhores condições de vida e era isso o que importava. Ao que eu perguntei se conheciam alguma experiência histórica antidemocrática que resultara em benefícios sociais e fortalecimento econômico do país por longos períodos e era evidente que eles não tinham qualquer exemplo para dar.

Com uma boliviana a discussão foi muito parecida, mas o argumento de que Evo Morales nasceu pobre, viveu como um pequeno agricultor que vendia a sobra de sua produção na cidade e que subiu na vida por seus próprios méritos bastavam para justificar quaisquer políticas típicas de um regime de exceção.

Não é o meu desejo que o povo desses países passem por privações de quaisquer natureza, mas vale lembrar que a democracia, com todos os seus pilares que a compõe, ainda é o único sistema que pode proporcionar desenvolvimento econômico e qualidade de vida.

Mas a culpa não é somente daqueles que votam a favor de regimes de exceção ou em ditadores, mas sim do processo histórico que fez com que muitos povos acreditassem que o capitalismo é tão somente um regime de exploração em que o ganho é zero para aqueles que não são detentores dos meios de produção.

Dessa forma, ao explorar até o limite as riquezas e possibilidades de diversas nações, seus habitantes, jogados à margem do processo de enriquecimento econômico, não conseguem vislumbrar outra saída para a melhoria de sua qualidade de vida senão oferecendo oportunidades de reiterar o poder de ditadores e proto-ditadores, ainda que não saibam que o resultado deste processo será infinitamente pior para todos, menos para os líderes e seus asseclas.

Um comentário:

André Salvagno disse...

"É estranho presenciar esses momentos históricos em que países fazem escolhas que jamais deram certo em qualquer lugar do mundo".

Também acho. Será que em países como Equador e Bolívia os cidadãos não tiveram aula de História? Talvez eles tenham que sentir na pele as feridas que uma ditatura pode abrir.

Professor, estou escrevendo com certa frequência no meu blog. Não falo especificamente de política, mas abordo temas variados.
Se tiver um tempinho pra passar por lá, sua opinião será muito bem vinda. O endereço é www.jornalismoalaandre.blogspot.com

Obrigado e parabéns pelos textos.