Há pouco tempo atrás um anúncio apresentava uma oferta de emprego para zelador da Ilha de Hamilton, na Austrália. O trabalho me parece duro, pois o candidato terá que se divertir bastante, tomar muito sol, nadar, velejar, conversar com os visitantes da ilha e mergulhar. Depois terá que contar para o mundo todo, por meio de um site, como é essa vida de muito trabalho. O salário é de cerca de US$ 100 mil (mais de R$ 232 mil) por seis meses e inclui passagens aéreas gratuitas. Mais de 18 mil pessoas de 200 países se inscreveram para concorrer à vaga numa demonstração clara de como as pessoas são abnegadas e trabalhadoras! Desses 18 mil, 50 foram foram pré-selecionados e as próximas etapas da seleção incluem 11 finalistas que foram levados para a ilha para fazer entrevistas, sendo que o feliz contratado será anunciado no dia 6 de maio.
Mas para quem perdeu esta vaga de ouro eu apresento uma nova oportunidade de emprego, em que além de não fazer nada, destruir a reputação de sua empresa, desvalorizar suas ações, praticamente quebrar a companhia toda e criar um prejuízo de 100 bilhões de dólares em 2008, você poderá ainda receber bônus milhonários de 165 milhões de dólares! Sim, este emprego existe e fica na AIG Seguradora!!!
A notícia está estampada em praticamente todos os jornais do mundo. A seguradora AIG, a mesma empresa que precisou de US$ 180 bilhões de empréstimos do governo norte-americano, vai pagar US$ 165 milhões em bonificações a executivos.
O presidente Barack Obama, escandalizado como qualquer outro americano, tentará impedir por todos os meios legais que o bônus seja distribuido aos executivos da empresa, boa parte deles envolvidos nas estratégias que levaram a companhia ao prejuízo récorde. "Isto é um insulto injustificável aos contribuintes", disse Obama durante a apresentação de um plano para empréstimos a pequenas empresas em Washington. Ainda segundo o jornal O Estado de São Paulo, Barack Obama afirmou que "Não é uma questão de dinheiro. É uma questão de princípios".
A empresa - que recebeu US$ 173 bi em recursos estatais para não falir - deve pagar US$ 165 milhões a seus executivos. Segundo a seguradora, os bônus estão previstos em contrato.
Ontem, O executivo-chefe da AIG, Edward Liddy, disse em uma carta dirigida ao secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, que o pagamento aos funcionários da unidade de serviços financeiros - cujos problemas provocaram perdas substanciais para a seguradora - vencem neste domingo e acrescentou: "francamente, a AIG está de mãos atadas".
Liddy escreveu na carta que os pagamentos aos empregados da unidade de produtos financeiros são "obrigações legais" da AIG e afirmou que há "consequências legais e empresariais graves caso (os bônus) não sejam pagos." "Eu não gosto destes acordos e acho difícil recomendar que prossigamos com eles", afirmou, acrescentando que, no entanto, "honrar os compromissos contratuais é a base do que fazemos no ramo de seguros".
O governo colocou Liddy no comando da AIG em setembro, como uma das condições para que a empresa recebesse os recursos federais. Em troca do resgate, os contribuintes norte-americanos receberam uma participação de quase 80% na empresa.
Ele também escreveu que a AIG "não pode atrair os melhores e mais brilhantes talentos se os funcionários acreditarem que a remuneração está sujeita a ajustes arbitrários do Departamento do Tesouro dos EUA".
Ainda no domingo, a AIG divulgou os nomes de seus credores que receberam cerca de US$ 75 bilhões do dinheiro injetado na seguradora pelo governo americano. Estão entre eles Goldman Sachs, Societe Generale, Deutsche Bank, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Bank of America e Barclays. A maior parte dos pagamentos foi feita no último trimestre do ano passado para honrar perdas adquiridas com a crise do subprime."
Com texto do Jornal "O Estado de São Paulo".
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