Faz bastante tempo que me interesso-estudo-trabalho com pesquisas de opinião. Ultimamente, no entanto, esta paixão aumentou bastante, principalmente, creio eu, em razão das transformações da sociedade brasileira nos últimos anos. É como se fosse uma novela, cujos capítulos vão se sucedendo sem que o autor queira terminá-la até que os pontos no IBOPE comecem a despencar e alguma grande novidade na trama seja colocada no ar.
Com a sociedade brasileira vinha acontecendo algo semelhante. Anos e anos sem grandes mudanças culturais, sociais, demográficas, até que, alçada pela mobilidade social, as pessoas começam a ter acesso a coisas diferentes, ao consumo e às novas expectativas profissionais.
Principalmente nos últimos 5 anos as pesquisas detectaram com maior clareza a mudança na composição das famílias brasileiras. Também verificamos a criação de novos grupos de consumidores, com perfis, exigências e demandas bem diferentes daquelas da década de 90.
Algumas coisas melhoraram, outras pioraram e, bem, outras, como a educação, continuam em patamares semelhantes aos dos registrados há 10 anos atrás.
Na política pouca novidade. Marina Silva, talvez. Curiosamente, Dilma, que parecia mais do mesmo, tem se mostrado bem melhor que seu antecessor. Ela tem feito o que interessa: mais trabalho e menos firula para o povão aplaudir. Sinceramente prefiro uma presidente constrangida em um evento do Bolsa família que condene o regime iraniano, que uma presidente abraçada ao povo, embora de mãos dadas com Hugo Chavez, Evo Morales, Kadafi e Ahmadinejad.
É assim: enquanto não tivermos grandes novidades na política, a idéia é olhar um pouco mais para o comportamento desta nova sociedade brasileira transformada em inúmeros aspectos, não pelas mãos de um homem que "inventou" a história, mas pelo empenho de uma sociedade que clamou pela democracia lá no fim da década de 80 e que soube, com sua luta, ajudar o país a lentamente se reerguer.
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