quarta-feira, março 11, 2009

Viajando na Maionese... em Todos os Sentidos

Dizem que muita gente no governo federal viaja na maionese. O problema é que essa turma não viaja só na maionese, mas também em jatinhos e aviões de carreira, hospedam-se em hotéis e alugam carros.

Com ou sem crise financeira as empresas em todo o mundo têm investido fartos recursos para diminuir os custos com deslocamentos desnecessários. O uso de vídeo-conferência, tele-conferência e outros recursos tecnológicos vêm baixando os valores utilizados para o pagamento de passagens aéreas, as quais sempre estão vinculadas a diárias de hotel e estorno de valores gastos com refeições, táxis etc.

Entretanto esta lógica só funciona para o setor privado, pois o setor público continua se esbaldando não só com os cartões corporativos, apesar da forte redução dos gastos com este item, mas principalmente com as passagens aéreas.

Quanto o Estado brasileiro deve gastar para levar seus ministros, oficiais militares, secretários, assessores, diretores e demais funcionários para os encontros e reuniões em todas as partes do país? Já se sabe de antemão que não é pouco, afinal o Brasil é um país com território imenso, mas sejamos razoáveis. Duzentos milhões de reais em passagens aéreas parece muito. Mas para tentarmos ser realistas devemos jogar os gastos para um patamar próximo de oitocentos milhões de reais ao ano.

Pois em 2008 o estado brasileiro gastou com passagens aéreas e diárias em hotéis R$ 1,4 bilhão. Vale a pena repetir: um bilhão e quatrocentos milhões de reais em viagens ao longo de 2008. Só o Poder Executivo gastou R$ 1,2 bilhão, enquanto que os Poderes Legislativo e Judiciário gastaram R$114,5 milhões e R$ 90 milhões respectivamente. Tem alguma coisa errada. Sabemos que na cultura brasileira o dinheiro público não é o dinheiro de todos, mas sim, o dinheiro de ninguém. Deve ser por isso que se gasta tanto em viagens, sendo que boa parte delas seguramente poderia ser evitada com o investimento em recursos tecnológicos de comunicação telepresencial.

Se as empresas conseguiram e conseguem reduzir entre 30 e 50% seus custos em deslocamentos porque o Estado brasileiro não pode fazer o mesmo? Vale considerar que o simples fato de determinar planejamento na compra de passagens já é um fator de economia. Basta que um bilhete seja comprado com 1 mês ou até 15 dias de antecedência e uma pequena, porém importante economia terá sido feita.

Tecnologia, planejamento e bom senso são as ferramentas que a iniciativa privada utiliza para gastar menos e melhor. Entretanto, nesta lista, o bom senso vem em primeiro lugar e sendo este o pré-requisito para a diminuição de custos, os gastos com deslocamentos do Estado brasileiro em 2009 deverão aumentar, mesmo que seja para encontros que são... assim... uma viagem!

4 comentários:

Jeh disse...

Concordo plenamente Professor.
Boa parte deste dinheiro poderia ser investido em educacao,para que pudesse surgir uma populacao critica o suficiente para pensar duaz vezes ao colocar essas figuras lá em cima...
Lamentavel!

Jéssica - Jornalismo 3 Etapa

Rodrigo Volponi disse...

Pô e eu ainda pagando minha passagem pra Brasília, a última parcela é no mês que vem, rs. Isso pq fui de Gol!!

Anônimo disse...

Como nossos representantes viajam, incrível, devem conhecer o Brasil muito bem, inclusive todos os problemas sociais que for falta de verba não são sanados. Mas será que falta dinheiro ou está sobrando para outros fins? Lamentável.

Barbara Acácia disse...

Viajando e muito,diga-se de passagem...e passagens caras.
Falta de bom senso é pouco.
E ainda tem gente que acredita,quando esses sobem ao palanque e fazem seus discursos.
Mais que vergonhoso...
É realmente lamentavel.